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Pés descalços, roupas confortáveis e um sorriso mais que acolhedor... Mestre das formas, foi assim que o escultor e autor do livro Arte na Pedra, Dan Fialdini, nos abriu as portas de seu apartamento, em São Paulo. Enquanto preparava um dos quitutes com o qual costuma receber a família e os amigos mais íntimos, deixou-nos conhecer o refúgio em que coleciona histórias e belezas.
O olhar atento e a sensibilidade sempre apurada marcam a personalidade impressa na linguagem única de seu trabalho. Dan esculpe a dureza do mármore com uma sutileza rara e muitas de suas obras estão distribuídas junto a peças e pedras trazidas de viagens pelo mundo. Interessado em tudo o que fale das vivências humanas, gosta mesmo é de estar em casa, entre seus livros e revistas.
Casado há 25 anos com a designer de joias Cecília Rodrigues, o escultor se considera um privilegiado por estar sempre cercado de gente que ama cozinhar. Sua mulher, por exemplo, estudou culinária na Suíça e em Nova York, enquanto ele confessa que aprendeu observando e “beliscando” desde criança. “Eu sempre tirava um pedaço antes da hora”, lembra aos risos.
Fruto do olhar “eternamente insatisfeito” próprio dos artistas, a cozinha de Dan é minimalista, porém, cheia de detalhes. Lá, tudo tem história, sotaque, forma, som, cheiro e gosto. “Cozinhar é um ato criativo, um estímulo à minha vontade de criar”, diz
Filho de imigrantes italianos, uma família de marmoristas, esse mineiro que escolheu São Paulo por lar elaborou um almoço a dois, servindo Aspargos com Ovos. Com o mesmo cuidado com que trabalha, ele curte cada etapa do processo, incluindo a seleção de pratos, copos e talheres que vão à mesa.
Por acreditar que um prato nunca sai igual ao outro, nem como nos livros, Dan explica que segue receitas minimamente: gosta mesmo é de testar ingredientes e criar aven- turas gastronômicas particulares. Amante das massas, sem se apegar a preocupa- ções com a modéstia, assume que também prepara carnes e peixes com maestria. Além disso, acredita ter mais facilidade para se arriscar na cozinha italiana, já que a tem viva em suas memórias.
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