Giuseppe Gianinni Pancetti (Campinas, São Paulo, 1902 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1958). Pintor. Dos 11 aos 16 anos, por decisão do pai, vive na Itália aos cuidados do tio e dos avós. Antes de tornar-se marinheiro, Pancetti é aprendiz de marceneiro, trabalha em fábricas de bicicleta e de material bélico. Em 1919, ingressa na marinha mercante italiana e viaja por três meses pelo Mediterrâneo. Em 1920, volta para o Brasil e, na cidade de Santos, executa diversos ofícios: é operário têxtil, auxiliar de ourives, trabalhador na rede de esgotos e faxineiro de hotel. Em 1921, em São Paulo, trabalha na Oficina Beppe, especializada em decoração de pintura de parede, como cartazista, pintor de parede e auxiliar do pintor Adolfo Fonzari (1880 - 1959). Em 1922, alista-se na Marinha de Guerra brasileira, onde permanece até ser reformado, em 1946, no posto de 2º Tenente. Em 1925, servindo no encouraçado Minas Gerais, pinta suas primeiras obras. No ano seguinte, para progredir na carreira, integra o quadro de pintores dentro da "Companhia de Praticantes e Especialistas em Convés". Em 1933, ingressa no Núcleo Bernardelli e recebe orientação de Manoel Santiago (1897 - 1987), Edson Motta (1910 - 1981), Rescála (1910 - 1986) e principalmente do pintor polonês Bruno Lechowski (1887 - 1941). Na passagem pelo Núcleo adquire técnica e amadurecimento artístico. Sua obra é composta por paisagens, retratos, auto-retratos, naturezas-mortas e marinhas. As marinhas são as pinturas mais conhecidas. Inicialmente elaboradas de forma analítica, em pinceladas lisas e batidas e organizadas em planos geométricos, sem ondas e sem vento, tornam-se, com o tempo, mais limpas e, por fim, beiram a abstração, reduzidas à areia, à luz e ao mar.